quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sweetheart


Sweetheart

What do we gonna do?
What do we gonna find?
In a tempted failed world
wrapped inside misery

If I wouldn't have your love
If I wouldn't have your faith
what do I gonna do?
What would happen to me?

I just wanna see you
once more tonight
Maybe I want too much
or maybe not...who'd define?

You came to bring me peace
You came to bring me war
You came to show who I am
And so...I love you, sweetheart! 

(Angelica Almeida)

Ignoto


Ignoto podes ser do mundo,
Te garanto que não do meu.
Escolhido fostes entre tantos
Lindo Anjo que me apareceu.

Eleito de minh'alma foste tu,
Um tesouro de puro marfim.
Procuro-te em cada sonho nu,
Esperando que este seja sem fim.

Amo-te sim. Não engano.
Mesmo que outro fosse, não iria deixar.
Opondo-me a mim mesma, somente por te amar.

(Angelica Almeida)

Comprehension

We should be dating
but he is flying,
flying away from me

I musn't say yes
But I say maybe
I don't know how it's gonna be.

I could say no, no, no.
But I say go, go, go.
Go realize your dreams.

'Coz that's love
It's all above
Everything.
This is love.

Angelica Almeida

Cotidiano Humorístico

Não sei escrever poesia,
Acho. Não tenho imaginação.
A culpa é toda tua, sabias?
Que me fazes perder a razão.

Se bem que poesia não é razão.
É sentimento, pensamento e coração.
Sendo assim, sinto, penso, amo.
Por tua causa, meu desengano!

Vivo, morro, choro, canto,
Sonho, acordo, durmo, te adoro!
Pego a manteiga, passo no pão
Droga! Acabei de perder meu busão!

A passagem agora é 1,70!
Pelo amor de Deus! Perdi minha Ementa!
Cheguei na facul, cruzei o portão,
Sabias que moras em meu coração?

(Angelica Almeida)

Goiabada e Queijo

Não lembre-me do açores
Minha vida foi cheia de amores
Dos quais não trago nenhum.


Viajo pelo tempo
Procuro o catavento
Que um dia foi minha luz...


Não sei o que dizer
Como irei te encontrar
Se nessa vida corrida de amargar
As pessoas vagam sem rosto


Acho que não faço teu gosto!
Pois não procuras me agradar
- Vamos lá!
Mostra-me se és minha metade...

Intitulado

Meu ignoto não me quer mais!
Ou, será que sou eu que não quer?
Mesmo se eles implorassem...
Não volto, não volto, não volto!

Fico feliz por minhas amigas,
Chego até a chorar...
Quero muito o bem delas...
O meu pode esperar!

Também vou-me embora pra Pasárgada!
Porque lá não conheço ninguém
Lá eu posso ficar sozinha,
Porque ninguém me conhece também.

As dos contos foram tão sapientes,
Fingiram-se de mortas pra esperar...
...somente aqueles que as merecem,
e que tiveram goragem de lutar.

Não sou tão feia que não possa casar!
Uma vez me disse Adélia Prado.

Termino agora, essa minha fala oca,
Pois em boca fechada não entra mosca!

(Angelica Almeida)

Maluquices

O doido disse que disse
que disse que dizia,
que disse, que falou.

O louco loucamente enlouquecia
toda aquela melodia
que um dia já cantou

O insano sente que sofre
e sofre porque sentiu
que o sonho se acabou.

E eu disse que vivi,
que falei, que sorri,
que cantei, enlouqueci,
que senti, e que sofri,
que sonhei, me esqueci
que um dia já vivi
nesse mundo, me perdi
E nunca mais me achei...

(Angelica Almeida)

Natureza Mutável


O mundo está acabando!
Você já prestou atenção?
A Itália tremeu de medo
Também já tremeu meu coração.

Você deve saber que te amo,
"Oh! My God!" Acho que não preciso falar...
Sentimentos dizem mais que palavras,
Me declaro no silêncio d'um olhar.

Voltando ao assunto, gostaria de questionar;
Será que acabará o mundo, sem a gente se encontrar?
Mesmo que pudesse isso acontecer, de forma alguma acontecerá.
Pois mesmo no infinito, além de aqui, vamos juntos mergulhar.

Me congelo por uns anos
Pode ser? Vai melhorar?
Não sei se eles aceitam...
E tu? Podes me aceitar?

(Angelica Almeida)

Sem fim

Encharcada de poesia até a alma
Ouço suas palavras ao meu ouvido.
Dizes que me amas,
Me amas até o fim...

E que fim será este, Meu Deus?
Se fosse ao cabo de minha vida
Eu estaria satisfeita...

Agora que já provei de teu mel
Me lambuzei até as pernas
Não resistiria perder a colméia.

Fica mais um pouco,
Te quero mais colado possível.
Derramas teu amor em mim
Pois não quero que se tenha fim.

(Angelica Almeida)

Silêncio


É tarde na varanda,
Eu o observo,
Ele observa um jogo.
Poderiam muitas estarem chateadas,
Mas a amplitude de meu silêncio interno
Transborda e quebra todo tolo sentimento.
Permanecemos junto, mergulhados em nosso silêncio.
E estar com ele me faz feliz.
Estar com ele me satisfaz.
Sentir seu cheiro...
E apenas estar com ele...

Me sacio plenamente.


(Angelica Almeida)

Amor à distância



É uma arte. A (não-tão-doce) arte da convivência descontinuada. Eu lhes pergunto: por que tamanha dificuldade? Ou como se diz em inglês: What's the big deal? A grande questão diz respeito, à duas pessoas que se amam, e que, por algum motivo (geralmente grande), vivem à algumas milhas de distância um do outro. E no que isso afeta? Imagine-se viciado em algo - todos, sem exceção têm um vício - e esse algo, tão essencial à você, não te é acessível. Você, então, deseja ter aquilo, usufruir de todo prazer que esse vicio te proporciona, mas isso, simplesmente não é possível. Você passa então, à exagerar quando estar diante do seu objeto de desejo - por que afinal não se sabe quando poderá ter aquilo de novo. E, (in)felizmente exageros não são saudáveis... (Nem para mais, nem para menos).
Uma outra questão a ser tratada, é que diferentemente dos vícios, um relacionamento à distância lida com (pasmem) dois seres humanos, que, cada qual a seu modo, passam por alegrias e decepções... Pense em você mesmo recebendo uma ótima (ou pessima) notícia, e não tendo com quem dividir aquilo (pelo menos, não de maneira inteirina), contentando-se com um telefonema, ou sms? E mesmo a própria saudade já se encarrega de piorar muito essa situação.
Por que, muitas vezes, o que realmente uma pessoa precisa é da presença do outro, e só. Nenhuma palavra no mundo substitui um abraço, um beijo, ou um cafuné.  Dinheiro algum, ou presente, justifica a ausência em uma data especial. E esta é, a grande dificuldade de lidar com aquilo que realmente queremos por perto e, não podemos ter...

(Angelica Almeida)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Artur da Távola


"Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a
alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração
estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo da
sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de
contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta
e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma
pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio. "

terça-feira, 10 de maio de 2011

Bráulio Tavares


Sintomas de estar amando

O sobressalto martelando o peito
quando ela aparece
sem eu esperar.

A mente agoniada e contraída
pelo esforço contínuo
de entender; de explicar.

Tesão. Tesão. Tesão da carne,
essa que só a carne pode apaziguar.

A alegria, a gratidão confusa
por ela existir
e aqui estar.

O frio na boca do estômago
quando lembro de como essas coisas
costumam terminar.

Adélia Prado


A boca

Se olho atentamente a erva no pedregulho
uma voz me admoesta: mulher! mulher!
como se me dissesse: Moisés! Moisés!
Tenho missão tão grave sobre os ombros
e quero só vadiar.
Um nome para mim seria A BOCA
ou A SARÇA ARDENTE E A MULHER CONFUSA
ou ainda e melhor A BOBA GRAVE.
Gosto tanto de feijão com arroz!
Meu pai e minha mãe que se privaram
da metade do prato pra me engordar
sofreram menos que eu.
Pecaram exatos pecados,
voz nenhuma os perseguiu.
Quantos sacos de arroz já consumi?
Ó Deus, cujo o reino é festim,
mesa dissoluta me seduz,
tem piedade de mim.

sábado, 23 de abril de 2011

Adélia Prado



Casamento

Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como "este foi difícil"
"prateou no ar dando rabanadas"
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Soneto do Amor Eterno


O sempre eterno, nosso amado, Vinícius de Moraes:


De tudo, ao meu amor serei atento
Antes e com tal zelo, e sempre e tanto
que mesmo em face do maior encanto
dele se encante mais meu pensamento.

Quero vive-lo em cada vão momento
e em seu louvor hei de espalhar meu canto
e rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou ao seu contentamento.

E assim quando mais tarde me procure
quem sabe a morte, angustia de quem vive
quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes

sábado, 29 de janeiro de 2011

O trem das 5


Todo dia que passa, o trem aéro das 5, me pego pensativo.
Pensando se foste, se vieste, virás, e se até existes. Não sei.
Mas que é bela a imagem, é.
Ele vai passando lá no alto, bem devagarinho.
Pra mim, ele parece um pássaro, pra ele, pareço formiguinha.
Pronto. Passou. Foi-se embora.

(Angelica Almeida)

Uma parte



Uma parte de mim anda tão ausente... E aqui sabe-se o porquê:

Ao me encontrar com a parte que não tinha, passei a me dedicar completamente a ela. Minhas ideias, sonhos, paixões, todas as minhas borboletas-do-estômago voavam felizes por seu jardim. Mas aí, essa parte, que me deixou tão radiante ao encontrá-la subitamente, se afastou.
Fiquei desconsolada. Voltei aos prantos para minha parte inicial, buscando conforto, auxílio, acochego...
Mas ao adentrar, me deparei com uma casa toda suja, cheia de teias de aranha, ratos e toda espécie de animais almáticos. Depois de uma grande decepção tinha que voltar a cuidar de minha casa interior.
Arrumei. Varri. Aspirei. Passei pano. Dedetizei. E que beleza! Ela voltou a ser a mesma de antes! Minha parte primeira voltou a ser o que era.
Sabe mais o que aconteceu? Voltei a reencontrar minha outra parte, e aí foi como no inicio de tudo. Lindo, perfeito e amigável.
Só então percebi, que o que atraía meu segundo 'eu' pra mim não era os cuidados que tinha a ele, ou as atenções exacerbadas. O que o atraía era a beleza da minha primeira parte. Sua leveza. Sua delicadeza. Pude, enfim, juntar as metades de mim, cuidando para que as duas, mesmo diferentes, me tornassem única. E completa.